domingo, 9 de agosto de 2009

O senhor das histórias
Aquele que nem sabia se viria um menino ou uma menina.

Aquele que comemorou tomando umas cervejas no dia que nasceu seu filho caçula.

Aquele que não se importou com as notas baixas, pois o importante era passar de ano.

Aquele que não costumava acompanhar nas apresentações escolares, nas orações da igreja, nas festinhas em família, nas brincadeiras de julho, no momento de televisão.

Aquele que não estudou junto para as provas.


Aquele que pouco viu seus filhos crescerem...saindo muito, buscando seu ganha pão...mas apesar de pouco conviver...preocupava-se com o futuro de suas criações, tinha orgulho delas. Orientava, brigava, fazia gracinhas.

Era o senhor da casa, era o senhor da razão. Sempre. Ou assim ele pensava ser...seu pequeno castelo da idade média, com suas regras rígidas, estamentos, obrigações e muitas vezes...em argumentos sem razão.


Mas ele não percebia nada disso. Por isso, nada abalava seu modo de ver e viver a vida.


Não era rei, nem cavaleiro, nem servo jamais admitiria ser.

Era o genitor. O chefe da casa. A Autoridade.


Seu estilo parental? Era preferível não saber.


Poderia viver de sonhos, num mundo paralelo, com ouros e patentes.


Quem destruiria sua fortaleza? Sua forma de aprender a viver e enfrentar os males da vida? Ninguém ousa abalar a estrutura de alguém que não tem meios para construir outro alicerce.


Alguém que teve sua história marcada por incidentes nada agradáveis, hoje vive de histórias...agradáveis...E não podia se tornar outra coisa senão, um historiador.


"Deixai viver, deixai passar que o mundo caminha por si só."

Ele? Um carioca, com muito orgulho! Com o jeitinho brasileiro de se viver...


... -E pode beber à vontade que essa rodada é por minha conta!

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