Depois de dias chuvosos noites a dentro, aquela sexta-feira começava com o brilho amarelo há tempos escassos.
E aproveitando essa pausa pluvial, ia dar um grande passo na sua vida, ia ao banco sozinha abrir uma conta, conseguira um emprego! Seu primeiro emprego.
Um jeans, uma blusa ornamentada, sapato confortável,seu mp3, um livro e sebo nas canelas.
Estava super animada, cantarolando ao chegar ao Banco. Nem se incomodou com aquela fila já formada antes mesmo do atendimento começar. Nada poderia abalá-la. Era o seu dia!
E mal sabia do que mais o mundo lhe oferecia. Folheando as últimas paginas do ultimo capitulo que lera, nem percebeu nas indas e vindas dos funcionários que terminavam de preparar o ambiente e material para o inicio do expediente.
Dez horas. Só percebeu que a fila andara quando uma senhora vestida toda de branco e expressão nada gentil lhe cutucara indicando para apressar o passo.
Porta giratória. Senha. Cadeiras. Sentou-se na fila de trás, bem no meio. Desligara o mp3 e recomeçou a ler seu companheiro. A cada sinal de senha mudada ela desviava os olhos das palavras para o quadro das senhas. Uma hora depois ela fora antendida. Quando sentou-se em frente ao atendente, ela que estava superautoconfiante, de repente perdera os movimentos e a fala, quando o rapaz que lhe dirigiu a palavra saltou a sua vista. Pudera! Que homem mais lindo! Olhos claros, castanhos amarelados, forte, barba leve escurecendo sua pele alva e no curto intervalo, seu nome ateniense estampado no crachá. Um Deus grego! Foi preciso ele repetir três vezes o que ela desejava para acordar do estupor e da feição boba que fizera.
Bem que ela gostaria de ter respondido "eu desejo você", mas não era para isso que ela estava lá... E para o que era mesmo?