segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quem sonhou
Só vale se já sonhou demais
Vertente de muitas gerações
Gravado em nossos corações
Um nome se escreve fundo

As canções em nossa memória vão ficar
Profundas raízes vão crescer
A luz das pessoas me faz crer
E eu sinto que vamos juntos
Um ano de Saudades, primo querido!

Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar

Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo

Quem souber dizer a exata explicação
Me diz como pode acontecer
Um simples canalha mata um rei
Em menos de um segundo

Oh! Minha estrela amiga
Porque você não fez a bala parar
Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar

 
Quem perdeu o trem da história por querer                                                                       
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo

(Canção do novo Mundo- Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eu me pergunto..o que a doce menina anda fazendo que não apareceu mais...

Saudades do teu sorriso
Saudades da tua risada
Saudades das tuas indecisões
Saudades das tuas certezas
Saudades dos teus suspiros
Saudades dos teus planos
Saudades das músicas cantadas e das ouvidas
Saudades das reflexões
Saudades das comilanças (ou não)
Saudades dos sonhos
Saudades do por-do-sol
Saudades das novidades
Saudades da tua conversa
Saudades da tua companhia


do nosso mundo de Sofia,  onde tudo começou...

Saudades,
Simplesmente, saudades.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mar de nuvens do Rio de Janeiro. Arquivo pessoal.


Porque eu te espero na neblina
Porque eu te espero no saguão
Aeroporto ou esquina
E no sol do verão
No fim do mundo

Porque eu te espero no cerrado ou na cidade invadida
Perdido de amor, siderado
No final na saída
No poço fundo

Porque eu te espero nas manhãs
De nuvens só feitas de lãs

Se duvidar
Eu tenho mais de um mar de provas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

Se duvidar
Eu tenho mais de um par de trovas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

Porque eu te espero no aterro
Porque eu te espero diga quando
Por certo
Soho ou é Serro
E a noite passando num segundo

Porque eu te espero ali também
Na última linha desse trem

Se duvidar
Eu tenho mais de um mar de provas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

Se duvidar
Eu tenho mais de um par de trovas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

Eu fiz esta canção
Faltando alguém, quem
Fiz essa canção sem opção, sei
Fiz essa canção porque me falta alguém
Fiz essa canção de coração, sei

Porque eu te espero nas manhãs
De nuvens só feitas de lãs

Se duvidar
Eu tenho mais de um mar de provas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

Se duvidar
Eu tenho mais de um par de trovas
Se duvidar
Eu tenho mais de um mar

( Siderado - Skank)
Foi gostoso ouvir tuas palavras, saber de teus sentimentos frente a pressão que te rodeia e saber que, por mais preocupado que estejas, sorris.
Na tua calma, tranquilidade, disciplina continuas...

***
Nas histórias contadas pelos outros, demonstrando tuas peraltices, teus gostos, teu jeito, tua simplicidade, tuas verdades.
Ouvindo atentamente, te imaginando nas memórias de outros, me aproximando de ti...
Continuas vivo. Sempre. Redescoberto a todo instante.
Saudades eternas.

domingo, 26 de setembro de 2010


Doutor,



Nunca mais passei por aqui para lhe dar notícias. Acredito que estejas tão atarefado quanto eu. Você já no início das últimas curvas até a chegada, e eu, me preparando para entrar nessa corrida.

Jamais imaginei o quanto o processo é doloroso e intenso de pressões, que te cercam de todos os lados.

Encontrei sentimentos e problemáticas que ainda não tinha vivenciado, e até aquelas que já sabia que enfrentava, mas que julgava sob controle da situação, percebi que ainda tenho muito o que aperfeiçoar (sempre tem algo para ajustar né?).

Reencontrei sentimentos e problemáticas que já havia vivenciado, e percebo que não avancei muito em mudar o quadro naqueles e naquelas que me incomodam.

E mais, perdi algumas chances sem nem ao menos ter tentado. Simplesmente deixei passar...e ficou nos planos, no mundo das idéias...de Platão. Como diria Harry, era mais fácil enfrentar o dragão rabo-córneo-húngaro do que aquela tarefa para o baile (lembras disso, né?), ou quem sabe conseguir demonstrar, como fez Hassan para Amir , que 'Não tem monstro algum'...
Enfim, agora, não há mais tempo para lástimas, agora é concentrar nos esforços que ainda consigo ter para as etapas finais.

Se tenho esperança? Creio que sim. Mas, espero dentro da realidade possível de se acontecer. É apenas uma questão de Probabilidade. Estatítica. Arranjos. Permutações. Combinações. Análises combinatórias. Leituras. Interpretações. Escrita. E, o principal, tranquilidade.

Estou em busca de resultado favorável, diante dos possíveis, vamos ver né...

Torça por mim!

Saudades, saudades.

Encantada

sábado, 18 de setembro de 2010


Ela olhou-se no espelho tentando dar um jeito naquele cabelo que parecia ter estado num redemoinho. Não viu nada além do que gostaria. "Você é uma boba!", disse com olhos tristes de tanto chorar na noite anterior. Como o cabelo não dava jeito, o rabo-de-cavalo foi a saída pra não se atrasar ainda mais, como acusava os ponteiros do relógio.

Na ida para a aula evitava ter os incômodos pensamentos que lhe atormentavam. Estava sufocada, essa era a verdade, precisava compartilhar suas angústias. Pensou nas suas amigas, como estavam longe...queria tanto revê-las e receber o abraço grupal, ouvir Lia soltar aquelas piadinhas, deliciar-se com a gargalhada contagiante de Elza, receber o olhar compreensivo de Elen... Quanta falta sentia de suas amigas que já tinham tomado rumo nas suas vidas. E ela, parecia que ainda estava buscando o seu.

Ainda não tinha se desarmado naquela nova sala de aula, estava ainda por detrás do muro que lhe distanciavam das outras pessoas. Ao mesmo tempo que pensava ser suportável a pseudo-convivência, às vezes sentia-se incomodada pela invisibilidade que passava. Ou, para outros, quem sabe, superioridade. Mas, independente da imagem que projetava, o quadro era o mesmo, solidão.

Pensava nos tempos de colégio, quer dizer, de fechamento de ciclo, despedidas, vitórias de uns e tristezas para outros. "Com amigos é mais branda a luta, a falange hoplítica te leva junto, mesmo quando não queremos", refletia enquanto ocorria a troca de professores e as cabeças se viravam umas para outras para fazer comentários de que a próxima aula era chata, ou que já estava com fome, ou pra tirar um dúvida do último exercício de geometria espacial, ou, simplesmente, para sorrir para o amigo e compartilhar do cansaço que a corrida por uma vaga na universidade exigia.

Ela, naquele momento, não carecia de tanta interação, um sorriso que fosse seria capaz de lhe dar forças para continuar. Mas não havia remetentes. Voltou-se, então, para a página marcada com a régua, o jeito era voltar para Vidas Secas. Procurou o último parágrafo que havia lido e deu continuidade à leitura: "Estava escondido no mato como tatu. Duro, lerdo como tatu. Mas um dia sairia da toca, andaria com a cabeça levantada, seria homem."

domingo, 1 de agosto de 2010

Não. Não foi fácil encarar aquela gente naqueles dias.

Sem poder desfrutar do verão que convidava. Sim, o verão, o clima, o sol, o barulho das ondas, o vento nos cabelos, a música animada, a bola quicada, a rede atada, a areia quente. Sim, o verão convidava, aqueles não. Impossível não lembrar daquele que sempre lhe brotava um sorriso no rosto. Impossível ignorar momentos vividos ali, sem aquela gente. Impossível não projetar.
Mas, houve quem lhe segurasse pela mão e a levasse à caminho das areias, deixando o leito de tristezas contidas, e indo para a vida.
Ele apareceu com o mesmo espírito de quem respeita, de quem brinca, de quem acolhe, de quem convida, de quem escuta, de quem entende. Mas, dessa vez, não era o ébano que despertava muitos olhares de admiração; era o marfim tão belo quanto. Veio lhe resgatar. Não foi um longo caminho, mas foi vivificante. E doloroso. Sim, pela ausência sentida daquele que carregava o bronzeado natural, e pela ignorância enfeitada de óculos escuros que a cercava.

Sim. Foi mais fácil encarar aquela gente durante aqueles dias. Poder desfrutar do verão que convidava. E do marfim. Mas, ainda assim, em seu íntimo, o ébano continuava vivo, sendo visto e sentido.

sábado, 10 de julho de 2010

By "Marota"

Vê se não demora

Olha meu amor se você diz que vai embora
Fico gitinho assim, sem você
Todo o arco-íris se desfaz
Chegada a hora
Mas cá-te-espero que ele volta a aparecer

Olha meu amor se você diz que vai embora
Eu tenho dó de mim, sem prazer
Vendo a gaivota solitária em nossa praia
Por Deus me deu uma vontade de te ver

Parece que o tempo tá de bubuia
Parece que não quer passar
Parece que carece ter
A mágica de imaginar
A tua presença no ar
Num outro arco-íris

Olha não me diga nunca mais que vai embora
Não sou feliz assim e sofrer
Não tem nada a ver com nosso amor
Com a nossa história
E eu quero a correnteza junto com você

(Nilson Chaves/ Vital Lima)

sexta-feira, 25 de junho de 2010


1º dia 25 de junho sem ele perto da gente, pra comemorarmos seu aniversário com mingau de milho em pleno clima de festas juninas...



"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém… Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto… e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!”

(Trecho do Pequeno Príncipe)

(Trecho do Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

E lá estavam elas três, sentadas naquele banco, uma ao lado da outra, uma invisível a outra.

E lá estavam elas três, se alimentando de seus próprios pensamentos, uma ao lado da outra, uma invisível a outra.

E lá estavam elas três, esperando o sinal e, talvez quem sabe, ao se levantarem, aquela barreira do silêncio pudesse ser rompida.

sábado, 8 de maio de 2010


Mês de maio, o comércio já propaga: "compre logo o presente de dia das mães, aqui a melhor oferta". Ora, sabemos sim, que mães devem sim ser homenageadas e reconhecidas. Entretanto, nada mais que a presença e o carinho de um filho seja o melhor presente. Imaginem, todas as mães que perderam seus filhos para a criminalidade, para as drogas, para a violência. Que viram seus filhos morrerem em assaltos, em atos de vandalismos e preconceitos, por erros médicos, por estupradores...ou simplesmente, a dor maior, ter um filho desaparecido, sem saber de seu paradeiro. Nem sequer um luto podem guardar, pois sempre ficará a pergunta de onde ele está, e a esperança que esteja vivo e que um dia volte.

É muito triste sem dúvida, a condição de um genitor sem a sua criação, seu investimento afetivo, sem os sonhos de vê-los completar o ciclo natural da vida. Etapas incompletas. Vidas roubadas, ceifadas antes do tempo. O sentimento é de inconformismo, principalmente quando poderia ter sido evitado e ficam no condicional 'se' ele tivesse ficado em casa, 'se', eu estivesse mais presente, 'se's...e junto a culpa e muitas vezes a dor da impunidade dos responsáveis pela morte de um filho. Não é fácil. Pode ter a idade que tiver, pode ter vivido o tempo que for, mas um filho ir antes da mãe, é antinatural.

Eu lembro que ano passado, em meados de junho, assisti uma das cenas mais chocantes na minha vida: o desespero de uma mãe que perdera seu filhinho de dois meses, numa complicação cirúrgica. Nossa, eu enquanto aprendiz ainda, naquela UTI, não foi tarefa fácil aguentar a barra sem a minha preceptora por perto. E, o pior não foi a noticia, os lamentos, foi a cena da jovem mãe debruçada sobre aquele corpinho pequeno, gorduchinho de leite materno, com poucos cabelos na cabecinha. Imagine, o que é consolar uma mãe nesse contexto ou em qualquer outro, ao ver o filho morrendo, ou já sem vida. E no fim do ano passado, para minha surpresa e tristeza, mais outro choro desamparado de uma mãe. Dessa vez, foi mais forte, porque eu tinha vínculos estreitos com quem morrera cruelmente. O consolo não vem não é mesmo? Só podemos acolher... E um dia desses, após o noticiário sobre o caso da mulher que foi fazer um parto e não encontraram feto algum na cesária, levantou muitos questionamentos em casa, cada um com uma hipótese e, sem esperar, minha avó relembrou do único filho homem que nasceu com vida, e morreu aos 7 meses por falta de assistência médica. Dizia que ele já a reconhecia, ouvia sua voz e se alegrava. Lágrimas vieram aos seus olhos e ela parou e então disse, 'não gosto nem de me lembrar...'

É fato, nenhum dos temores de mãe envolve a morte precoce de algum de seus filhos. Elas tem medo de tantas coisas, mas da perda da vida, isso não nem passa na cabeça delas!

Meus sentimentos e coragem a todas as mães que infelizmente, hoje, não podem comemorar a alegria de ser mãe ao lado de seu filho. Afinal, mãe só é mãe porque um dia gerou e cuidou de um filho e, o melhor presente, longe de qualquer comércio, sem dúvida, é a presença e a companhia de um filho que já se foi.

sábado, 10 de abril de 2010


Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...Por isso não devemos chorar pelo o que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.

(Bob Marley)

******


4 meses de saudade doída... não tenho palavras para descrever o quanto ainda estou mobilizada com a sua partida...
Poema da Saudade
(Martha Medeiros)

Em alguma outra vida devemos ter feito algo muito grave para sentirmos tanta saudade...

Trancar o dedo numa porta dói.

Bater o queixo no chão dói.

Dói morder a língua, cólica dói, torcer o tornozelo dói.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.

Saudade de uma brincadeira de infãncia.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade.

Saudade de nós mesmos, o tempo não perdoa.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.

Saudade da presença e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem mas sabiam-se lá.

Você podia ir a dentista e ele para o trabalho, mas sabiam-se onde.

Voce podia ficar sem vê-lo, e ele sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o Amor de um acaba, ou torna-se menor no outro,

Sobra uma saudade, quem ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber.

Não saber se ele continua fungando num ambiente mais frio.

Não saber se ele continua não fazer a barba por causa daquela alergia.

Se aprendeu a entrar na internet, a ter calma no trãnsito.

Se continua preferindo cerveja a uisque (e qual cerveja)

Se continua sorrindo com os olhos apertados, e que sorriso lindo.

Será que ele continua cantando aquelas mesmas músicas tão bem (ao menos eu imaginava)?

Será que ele continua fumando e se continua adorando MacDonald's?

Será que continua não amando os livros, e a ela cada vez mais?

E continua não gostando de dar longas caminhadas, e ela não assistindo televisão?

Será que ele continua gostando de filmes de ação, e ela de chorar em comédias?

Será que ela continua lendo os livros que já leu?

Será que ele continua tossindo cada vez que fuma?

Saber é não saber mesmo!!!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.

Não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer.

É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...

É não querer saber se ele está mais magro, se ele está mais belo.

Saudade é nunca mais saber de quem se Ama e assim doer.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Impactante [2]



De longe...observo


Soletrando aquelas palavras, posso sentir a respiração a cada ponto, a cada vírgula. Perceber a entonação daquela voz livre, para o MUndo...para a mudança, para o redescobrir e não emudecer. Para poetizar e criticar tão belamente. Ela era a beleza, revestida de sonhos. Refletir e criticar, conhecer e sorrir. Encantar e se encantar, com a natureza, os povos, a cultura, os olhares, as cores, o cheiro, o céu, os sons.


Nada pode contê-la, é tão livre, não existem fronteiras que a rejeitem. E com isso, vai crescendo e renovando.


E de longe, emudeço...


Da brisa... a um vendaval.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"E eu gostava tanto de você, gostava tanto de você..."

Dois meses

Sem o teu sorriso
Sem teu bom dia, meu anjo

Ou de saber como eu estava, da forma linda e suave.
Dois meses

Sem tua presença.
Dois meses

em que tudo a volta é lembrança.
Dois meses

nessa dor

que não cessa.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quando palavras me faltarem...as músicas falarão por mim.



Para meu primo querido, eternas saudades.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"



Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar


Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar


Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto...depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só


Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar


(O Anjo mais velho por O Teatro Mágico)

sábado, 16 de janeiro de 2010




Não gosto da sensação de ter choro entalado! Aquele nó na garganta e aperto no peito me incomodam profundamente. Hoje, passado mais alguns dias, senti novamente essa sensação, vontade de chorar e não conseguir. Ontem o fim da tarde e início da noite foi de uma chuva torrencial. Não pude evitar, mas me lembrou, aquela fatídica quinta-feira, de dezembro marcada pelo fim de uma jovem vida, de uma vida de um jovem e início de um período de muita dor.
Dezembro pra mim, é um dos meses do ano que mais gosto. Adoro o clima de natal, os dias nublados sem o forte sol, um friozinho gostoso, as luzes natalinas, cheiro de férias, de rede, de músicas novas, muitos filmes e claro, livros! Assim, como início de ano, tirando as luzes de natal, o clima é aconchegante. Sinto falta de quando aproveitava cada detalhe deste período quando era mais nova e meu mundo era 'escola, cinema, clube, televisão'. Hoje, ah, mudou bastante. É a vida, tempo implacável...e ao invéz de preparação para as aulas, o fato agora é: mercado de trabalho.

Muitas coisas acontecem, e sem querer nossos caminhos acabam tomando outros rumos. São as contingências, poderiam dizer...

Janeiro, novo ano, novos planos, blá, blá, blá. Tá bom, também é isso, mas é continuidade. É isso. Coisas novas acontecem, mas é continuidade.

Eu poderia dizer que meu choro é por muitas coisas e pessoas, e o medo rondando. Medo de muitas coisas.

Apesar de triste às vezes ainda me sentir, o riso ainda me vem, e a esperança, como a fragilidade e sonhos de uma criança pequena.

Continuação. Continuidade. Seguindo em frente, mesmo que os meses de Dezembro de agora em diante, me recordem entre tantos sentimentos, uma grande perda.

Apesar de tudo, sei, ainda sou Esperança!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Tristeza


Eu queria ter palavras bonitas, sonoras, rimas. Com as palavras nos expressamos, nos fazemos entender, embora também plantemos dúvidas e exigimos respostas.

Hoje, não as tenho. Hoje, o que fala por mim, não é a minha boca, o som de palavras. É meu corpo. Doído e curvado. É meu olhar. Vago. Triste. Caído. Com um brilho escuro, ou talvez...sem brilho. Perdido no tempo e no espaço. É minha boca com sorrisos ausentes ou meio-sorrisos. É minha mão que entre os dedos de unhas sem cor, ainda carrega aquele anel.

Ah...aquele anel...Era um segredo guardado em nossos corações. O desejo de ficarmos juntos era real. Assim como o pedido. Por entre tantos formalismos, falta de tempo e...receios. Só nós dois sabíamos o que queríamos e como queríamos.

Aproximações sucessivas. Brincadeiras provocativas. Intenção. Afeto. Verdades declaradas. Medos externalizados. Interesses comuns. Carinhos. Sonhos. Declarações. O futuro prometia, enquanto o presente acontecia. Devagar e intenso.

Hoje, sem palavras. Fatalidade real. Não foi um pesadelo. Não foi só uma sensação estranha sentida durante aquela semana fria e atribulada. Ele se fora, sem querer ir. Foi forçado a ir, com dor no peito banhado em sangue. Seu último ato? Coragem. Sua última força? Correr. Sua última segurança? Os braços da mãe. A chuva fina de dezembro, ao final da tarde, o limpava. Então, barulho, choro, esforços para salvá-lo. Ele estava indo...

Anoiteceu. Noite fria depois de uma tarde escura de chuva forte. A casa estava em silêncio e o telefone tocou duas vezes até ser atendido. Do outro lado, a notícia arrasadora. Meu mundo parou.