quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por que às vezes é tão difícil semear um sorriso no dia-a-dia, e não digo, evocar gestos ou palavras, ou idéias engraçadas que provocam o riso dos outros. Falo do sorriso espontâneo, ele por ele mesmo, seja para quem você conheça, seja para quem desconheça. E este último é bem mais difícil.

Um sorriso pode ser um indicador de muitas coisas. Pode transmitir um 'olá, tudo bem?'; uma cordialidade; uma abertura para iniciar uma conversa; uma idéia de que você 'não morde' e pode ser mais um amigo a ser conquistado; ou simplesmente, um sentido de que o outro e até você mesmo existe.

Às vezes, muitas pessoas custam sorrir, não conseguem tirar aquela máscara séria e intocável, mesmo que por dentro tenham muita vontade de fazê-lo e, assim, convidar o outro a conhecê-lo. Simpatia.

Por que será que muitas vezes esse bloqueio existe? Medo? Mas medo de que? De mostrar ao outro quem você é? E o que você tem a esconder para querer passar despercebido pelos outros? Ou, não, mesmo não falando com ninguém, pode ser um motivo para chamar atenção de alguns que lhe dirigiram sentimentos de pena 'coitado daquele ali, só vive sozinho'; ou de antipatia, 'eu hein, não fala com niguém, metido'...

Por que será que muitas vezes esse bloqueio existe? Vergonha? Mas vergonha do que? Do que você se tem a se envergonhar para não querer e pior, acabar não deixando os outros se aproximarem de você?

Quão pode ser difícil 'ser sociável'. As pessoas tem seus limites em termos de habilidades sociais.Ainda que tenha muita vontade de conhecer outros, se aproximar, simplesmente não conseguem. Introversão.

Em casos extremos, é necessário ajuda sistemática de um especialista para introduzir alguns repertórios de socialização. Treino mesmo. Expor-se a essas situações.

Mas, que tal tentar sorrir? Dar um Bom-dia? Um olhar amigável?

Gestos falam bem mais que palavras, ou tanto quanto. Todos sabem disso.


"É mais fácil dizer o que os outros dizem do que dizer o que a gente sente."
(Gabriel Chalita)

Estou aqui. Com muitas ideias, sentimentos, sonhos, que palavras não expressam o que sinto ou o que penso.
Sinto saudades, das companhias que gostaria que estivessem por aqui. Pra me alegrar, me fazer sorrir. Para me escutar e eu as ouvir. Escrever é minha fuga, mas não ando tão encorajada a fazê-lo.
Sinto frustração. O que nem costumava planejar, de repente aparece, e me mostra quantas alternativas, e quantas experiências em outros chãos poderia ter. Eu não sei de tudo. Não sou a autoconfiança em pessoa. Preciso ouvir de outros quando bate a insegurança ou a indecisão.
Sinto impotência. Querer fazer algo, e não conseguir fazê-lo é horrível, ainda mais quando muita coisa poderia mudar por um gesto meu. Afinal, eu opero no ambiente, mesmo quando só o que faço é silenciar...
Sinto surpresa. Muitas coisas e 'tradições' que aconteciam,e nesses últimos meses não ocorreram, me causaram estranheza. É como se pela primeira vez eu percebesse que é possível seguir sem elas e não sentir um vazio...É muito estranho. E mais estranho ainda, é saber que as relações não estão perdidas nessas ausências de ritos, apenas...distantes.
Sinto tristeza. Cenários que deveriam mudar e não mudam. Não por falta de clareza, mas talvez por falta de maturidade, solidariedade e, principalmente, sensibilidade.Sufocamento, por não tentarem nadar...vão se afogando aos pouquinhos.
Sinto beleza. Caminhos que se cruzam, mas não se comprometem. A passagem do outro lhe afeta mas não desvia seu próprio caminho. Ou talvez sim...
Sinto alegria. Acompanhar aventuras alheias que me levam a outras caminhadas, na magia que as embala é muito gostoso. Fico feliz só de lembrar e por vezes, por conviver com esse mundo de encantos.
Sinto bem-estar. Confirmar no meu coração e no dia-a-dia porque certas pessoas estão na minha vida, é muito bom e gratificante.
Sinto retornar a sentimentos adormecidos. Sensações boas e engraçadas. Mas, que às vezes irritam. Tragicômico. Mas, a gente cresce...
Sinto calma. Escrever tem sua função. Já estou me sentindo mais estimulada a fazê-lo.
E como diz minha amiga: "E viva Freud que nos ensinou a arte de sublimar."