domingo, 31 de janeiro de 2010

Quando palavras me faltarem...as músicas falarão por mim.



Para meu primo querido, eternas saudades.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"



Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar


Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar


Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto...depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só


Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar


(O Anjo mais velho por O Teatro Mágico)

sábado, 16 de janeiro de 2010




Não gosto da sensação de ter choro entalado! Aquele nó na garganta e aperto no peito me incomodam profundamente. Hoje, passado mais alguns dias, senti novamente essa sensação, vontade de chorar e não conseguir. Ontem o fim da tarde e início da noite foi de uma chuva torrencial. Não pude evitar, mas me lembrou, aquela fatídica quinta-feira, de dezembro marcada pelo fim de uma jovem vida, de uma vida de um jovem e início de um período de muita dor.
Dezembro pra mim, é um dos meses do ano que mais gosto. Adoro o clima de natal, os dias nublados sem o forte sol, um friozinho gostoso, as luzes natalinas, cheiro de férias, de rede, de músicas novas, muitos filmes e claro, livros! Assim, como início de ano, tirando as luzes de natal, o clima é aconchegante. Sinto falta de quando aproveitava cada detalhe deste período quando era mais nova e meu mundo era 'escola, cinema, clube, televisão'. Hoje, ah, mudou bastante. É a vida, tempo implacável...e ao invéz de preparação para as aulas, o fato agora é: mercado de trabalho.

Muitas coisas acontecem, e sem querer nossos caminhos acabam tomando outros rumos. São as contingências, poderiam dizer...

Janeiro, novo ano, novos planos, blá, blá, blá. Tá bom, também é isso, mas é continuidade. É isso. Coisas novas acontecem, mas é continuidade.

Eu poderia dizer que meu choro é por muitas coisas e pessoas, e o medo rondando. Medo de muitas coisas.

Apesar de triste às vezes ainda me sentir, o riso ainda me vem, e a esperança, como a fragilidade e sonhos de uma criança pequena.

Continuação. Continuidade. Seguindo em frente, mesmo que os meses de Dezembro de agora em diante, me recordem entre tantos sentimentos, uma grande perda.

Apesar de tudo, sei, ainda sou Esperança!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Tristeza


Eu queria ter palavras bonitas, sonoras, rimas. Com as palavras nos expressamos, nos fazemos entender, embora também plantemos dúvidas e exigimos respostas.

Hoje, não as tenho. Hoje, o que fala por mim, não é a minha boca, o som de palavras. É meu corpo. Doído e curvado. É meu olhar. Vago. Triste. Caído. Com um brilho escuro, ou talvez...sem brilho. Perdido no tempo e no espaço. É minha boca com sorrisos ausentes ou meio-sorrisos. É minha mão que entre os dedos de unhas sem cor, ainda carrega aquele anel.

Ah...aquele anel...Era um segredo guardado em nossos corações. O desejo de ficarmos juntos era real. Assim como o pedido. Por entre tantos formalismos, falta de tempo e...receios. Só nós dois sabíamos o que queríamos e como queríamos.

Aproximações sucessivas. Brincadeiras provocativas. Intenção. Afeto. Verdades declaradas. Medos externalizados. Interesses comuns. Carinhos. Sonhos. Declarações. O futuro prometia, enquanto o presente acontecia. Devagar e intenso.

Hoje, sem palavras. Fatalidade real. Não foi um pesadelo. Não foi só uma sensação estranha sentida durante aquela semana fria e atribulada. Ele se fora, sem querer ir. Foi forçado a ir, com dor no peito banhado em sangue. Seu último ato? Coragem. Sua última força? Correr. Sua última segurança? Os braços da mãe. A chuva fina de dezembro, ao final da tarde, o limpava. Então, barulho, choro, esforços para salvá-lo. Ele estava indo...

Anoiteceu. Noite fria depois de uma tarde escura de chuva forte. A casa estava em silêncio e o telefone tocou duas vezes até ser atendido. Do outro lado, a notícia arrasadora. Meu mundo parou.