domingo, 31 de maio de 2009


Doutor,


Faz um tempo que não mando notícias, não é?

Hoje estou com uma dor de cabeça muito forte, já tomei as providências, entretanto esse não é motivo pelo qual escrevo. Na verdade, não há um motivo na linha que seguiu as outras correspondências. Sem queixa. É apenas um alô. Uma atualização.

Ando tão atarefada com a minha felicidade que não tens idéia. Não preciso de Felix Felicis, já a possuo naturalmente.

Parece que apesar de tantas tarefas felizes e cansativas admito (a minha alegria é meu cansaço, hein!), não me somes do pensamento, pois parafraseando uma canção, os mares que te cercam são iguais ao meus!

Na verdade não tenho muito o que escrever, ou melhor tenho sim, mas falar é melhor! Ando não só encantada, mas fascinada, "Estou tão tranqüilo e tão contente"! Nossa, quantos detalhes tenho a te relatar. Em um estado de Winguardium leviosa constante.


E a saudade então, nem se fala...

Aguardo pacientemente nosso próximo contato, com tudo o que temos direito, pois as doses andam tão espaçadas...e o jeito é a generalização né, assim me mantenho.


Espero que estejas tão feliz quanto eu. Muitas saudades!


Um forte abraço,


Encantada


quarta-feira, 27 de maio de 2009


O Gato de Alice me apareceu em meio a nuvens daquela noite úmida. Meio fraco e sem exageros. Senti que a noite sorria para mim.

Então, em uma awareness, tal qual o homem - árvore daquela tarde argilosa e experiencial: Eu sendo a lua, e a lua sendo eu.


Mais uma vez, a natureza me acompanhava na felicidade inundada em mim.

Assim, contemplei a maravilha que eu encontrei e que cultivo com muita destreza. O caminho certo. O lugar certo. A hora certa.


Eu vi uma desenvoltura e vejo uma desenvoltura. Conhecimento impresso de nada adianta sem as habilidades para transmiti-lo, para efetuá-lo. Com sensibilidade, frizo, com sensibilidade.


Um pulo na minha história e melhor explicação do que voltar ao passado não existe. Ou melhor, talvez exista uma que complemente, mas não preciso de mais provas. Já está carimbado.


Então, debaixo daquela chuvinha incessante ao voltar ao ninho, compartilhei o sorriso e acolhi outros.


Ah, o Gato de Alice! Sem palavras, apenas ele.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uma ligação inesperada. Um convite inesperado.


O curioso é que pensei em você naquela noite, ao encontrar um amigo nosso em comum. Foi rapidamente, eu confesso. E quando chego em casa, aquele aviso, um telefonema seu. "Nossa", exclamei,"o que será?"


Liguei então para sua casa, já estava dormindo. Ok. Para variar fui ver meus contatos virtuais e o que vejo: um singelo elogio, um reconhecimento, uma sugestão e um pedido discreto, quase um lamento: Escreva-me algo.

E eu me pergunto, o que te moveu à me fazer esse pedido? Apenas por gostar do que escrevo, por se identificar? Hum. Sim, diria ser essa uma resposta inicial, e olhando teu espaço, lendo aquela letra de música, penso no turbilhão de motivos omitidos nesse teu pedido, como ouvia em uma saudosa disciplina "o que há por detrás do discurso?"...

É, privilégio meu receber mais esse espaço, e honra minha conhecer-te e saber um pouco do que te moveu. É claro, foi um pedido vago. Escrever sobre o que? Paro, penso, olho.Então, a nossa convivência no aqui e agora do meu pensamento me trouxe o seguinte.
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Em tempos de crise, há quem se feche, há quem se abra, há quem só pense, e há quem se movimente. A vida é feita de processos. Processos indicadores de mudanças (ou o contrário? mudanças indicadoras de novos processos?). Mudanças exigem preparação. Nem sempre temos tempo para nos preparar a con/viver em e com um novo, com a novidade. O que nos resta é nos adaptar e, dependendo do que seja, as mudanças podem nos trazer benefícios, bem-estar e também o oposto. E quando a mudança não depende de nós, o processo é bem mais dificil de se aceitar. Tanto coisas "boas" quanto "ruins" que nos acontecem é fonte geradora de estresse. É, é isso mesmo, por exemplo, um nascimento de uma criança, é em sua maioria das vezes um evento de muita alegria e expectativa, e sem dúvida há níveis de estresse, do "bom estresse", enquanto há outros eventos, como a morte de um ente querido que nos trazem muitas outras coisas que temos que lidar, e prolongada essa situação desagradável, um "mau estresse" se estabiliza. Mas, sim, e aí? A longo prazo, áreas da vida são afetadas em algum nível, e, principalmente, afeta a saúde de quem vive nessa situação desfavorável.








Existem aqueles que são resilientes, que apesar das dificuldades, de todo um cenário de "tudo contra à minha vida", conseguem ter jogo de cintura, obviamente, com algumas habilidades de se ajustar criativamente à situação. E existem aqueles, que infelizmente, são desprovidos de elementos que o ajudariam a resistir e a lutar para reverter a situação, e assim, acabam sendo "levados" pela situação. Sem perspectiva.


Sem dúvida dentre muitos fatores de proteção existentes que proporcionam uma resiliência, claro, porque as situações variam, destaco o chamado apoio social. Este, é muito importante, e tem uma participação enorme no processo de busca de mudanças e no processo de adaptação das e nas mudanças. Mudanças exigem ganhos e perdas, junto com as escolhas requeridas. Como saber qual o melhor caminho? Analisando bem, e tendo a clareza do que se vai lucrar e do que se vai perder, e sem esquecer nesse processo todo, os sentimentos, a si mesmo. É, porque muitas vezes, agimos mais em prol do bem-estar do outro, fazendo sacrifícios nessas mudanças e não atentamos que também temos o direito de obter bem-estar não só pelo sucesso do outro, mas também, pelo nosso próprio. Como me sinto frente a isso? Como gostaria que fosse? O que posso fazer?







Ultimamente, uma pergunta e ou afirmação que em algumas situações me apareceram e mesmo sendo tão discretas, me proporcionaram aquela tomada de consciência, de parar e ver que pode ser diferente, que não tem que ser como penso: "E precisa?" É, muitas vezes agimos em função de regras aprendidas ao longo da vida que acabam nos direcionando para um caminho que não nos permite a vivência de outros momentos de aprendizagem. Então, preciso mesmo fazer ou ouvir aquilo? Preciso causar a impressão tal? Preciso? Preciso?Preciso?!








O que com certeza é preciso, é olhar sim, para si, não de uma forma egoísta, mas de uma forma que te permita viver bem com você mesmo, um olhar se percebendo como alguém que sente, que tem necessidades, sonhos e desejos e que TEM O DIREITO e o DEVER de fazer por si. Viver em função da felicidade alheia, da realização alheia, mas pela pressão simples e pura de agradar alguém (como fazer um curso por causa de pai ou mãe) interferindo nas suas escolhas que lhe seriam mais agradáveis, não é saudável. Não. Nada de papéis escritos pelos outros e vividos por você. Escreva seu papel, claro, é impossível ser imune a quem te rodeia, construa então com eles, o melhor papel, aquele que você possa se expressar fielmente a suas convicções e com a opção de ser livre para atuar da maneira que lhe faz mais feliz.


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É claro, diante do teu pedido, faço uma salada de conhecimentos psicológicos, que só quem é da área percebe. Entretanto, meu objetivo não é defender um único repertório de vocabulários, ou de teorias, mas oferecer uma possível brecha para as reflexões que há algum tempinho (ou seria um tempão?), espaçadamente construímos.









Então, eu tiro meu chapéu, pela resiliência que sempre demonstraste. E penso, por fora, essa força toda, que mesmo com os problemas, ainda há tempo para solidarizar-se com teu próximo. É muito belo isso, mas a fragilidade um dia aparece, e neste momento, suas habilidades e seu apoio social e todas as estratégias de enfrentamento que busca, resulta, na vivência desse processo que se chama vida. De uma vida com qualidade. Na tua vida. Na tua felicidade.





E podes contar com meu apoio sempre. De sempre. Sempre.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Desenho: Jefferson Moreira


Sabe aquela certeza de fazer?

Sabe aquela certeza do querer?

Daquela sensação de eu sei do que gosto, do que quero, do que me faz feliz ?

Simplesmente da melhor sensação do procurar, seguir dicas, descobrir/encontrar/reencontrar/ressignificar/confirmar?

E com aquele brilho, iluminar todo o mundo. Uma nova vida!
Uma reconfiguração vivida.

Um novo sonho semeado ao longo de uma história.
Um velho sonho colhido ao longo de muitas estações.

Não tem jeito. Quando há esse deslumbre e te salta os olhos...

Um brilho, um sorriso e uma certeza.
Um sorriso de uma certeza.
Uma certeza de um sorriso.
Um brilho na certeza de um sorriso.
Um sorriso no brilho da certeza.
Uma certeza no brilho de um sorriso.

Vida renovada a cada dia, a cada feito, a cada palavra, a cada olhar.
Que bom e maravilhoso saber que posso contribuir desde um pouquinho até um montão para o bem-estar do outro. Nem que seja um acolhimento, uma escuta, uma orientação, um clareamento, uma compreensão, um acompanhamento, uma presença,uma história, uma canção...

Ainda tenho muito o que aprender, com muitas histórias de vida e de modelos refletores.

É muita expectativa e entusiasmo!
Uma vida melhorada. Vidas melhoradas.
Desafios agora, desafios pela frente.
Perfeito. Sem desafios não há crescimento nem enobrecimento.
Que bom não é? É só a confirmação de um começo cheio de certezas, de uma certeza em um novo começo.
Uma caminhada, longa e gratificante!
Mais que isso, é viver, porque falar, é só uma dimensão...
Feliz eu sei, que isso é só o começo (Renato Menezes)

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Sr. "Não tenho tempo para nada",

Não me surpreendes. Aliás, acho interessante te acompanhar de longe e saber que estás feliz me agrada. Sinceramente, temia pela tua vida, de ser mais um daqueles professores tal qual o diretor da casa da Sonserina, é, uma percepção ao extremo, porque afinal, sabes sim ser flores quando as condições o favorecem. Até o professor Severo Snape soube ser, como bem mostrou a penseira de Dumbledore.
E por falar em condições...penso, no confuso discurso de uma vida de não possibilidades relacionais, de ansiedade, de fechamento e de amargura.

Uma vida de hierarquia e prioridades em busca da estabilidade e dizendo "não tenho condições para nada agora, não tenho nem um quarto...",etc etc. Que análise básica né, condições são importantes para efetivar e/ou manter algo, uma relação diga-se de passagem, mas sim, eu acredito que quando há sentimento de força maior para acompanhar no crescimento e na conquista dessas condições almejadas, não há porque ignorar.

Não sei se percebes onde quero chegar...aquelas palavras ditas, diria ao que regia a tua vida naquele momento (ao meu ver), que não fazem sentido quando é possível encontrar sim felicidade mesmo ainda na "instabilidade" material ou seja o que for. Hoje, me confirmas o oposto do teu discurso: que o sentimento mais nobre que existe é capaz sim de transformar. E como! Foi só mais um dado colhido. Tudo o que falavas, tudo o que seguias, é tudo balela! Pois, afinal:

"Quando um certo alguém, desperta o sentimento é melhor não resistir e se entregar"(Lulu Santos)

Então, "Sr. Não tenho tempo para nada", balela né, há tempo sim para muitas coisas, inclusive para ser feliz!