domingo, 24 de agosto de 2014

Aparece alguém com muitas boas intenções e sentimentos e vem te visitar. Vem e te alegra. Vem e te questiona. Vem e compartilha. Vem e faz graça. Vem e rememora. Vem e aproxima-se. Vem e deseja. Vem e vai... 
Volta para sua vida, para sua rotina, para os seus, para a sua.

Foi-se. Por favor, não volte.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Há muito tempo não tinha um momento com uma casal de amigos (irmãos por sinal), com quem compartilhei alguns anos da minha vida no período escolar e em outros posteriores. O fato é que não estamos mais tão em convivência diária, e ontem tivemos uma oportunidade única de nos rever, e aproveitar uma boa conversa embalados pela visão da baía do guarajá, embora noite sem vento e céu sem estrelas, mas foi certamente algo único.
Sobre o que girou a conversa? Em síntese sobre relacionamentos, maneiras de estar bem consigo mesmo, espiritualiadade, práticas de yoga, vida agitada nas cidades grandes, ou até mesmo nas pequenas, família, amores e desamores.
Havia tempo não ouvia meu amigo falar sobre suas certezas. "Tu te preocupaste tanto em ser minha namorada que esqueceste de ser minha amiga".
"Eu gosto de me cercar de pessoas inteligentes. Inteligente que ajuda, que te ensina, que compartilha, e não arrogante e egoísta".
Falou de suas incertezas sobre o presente mas que almeja a certeza de um futuro melhor para si, para sua família. E claro, torço por ele.
O quanto é uma pessoa forte com suas fraquezas. Fiz um alerta. Cuidado, às vezes a gente precisa de outros, senão a cabeça pira. À beira do patológico, ele disse. A sociedade produz pessoas doentes, numa pseudofelicidade, numa necessidade infinita de aprovação e elogios, de vida perfeita. "Não se dá o direito de ficar triste. Era bem capaz de eu me matar,principalmente por estar morando sozinho, voltar pra casa sem ter ninguém pra conversar. Muito escroto".
Mas, também vi alguém que lutava por si, embora nem sempre com medidas saudáveis como fumar (ainda bem que parou), café em demasia, e estratégias mais saudáveis como cuidar de uma planta, querer um gato, fazer yoga, ter pelo menos um dia livre para não fazer nada, ou fazer programas culturais como ir ao cinema, teatro, música. Ler, cozinhar, cortar todos os ingredientes. Ou simplesmente conversar com quem lhe dá prazer. Tentar não se irritar com facilidade.
E claro, ter um bom humor, com suas piadas e frases desconcertantes que não tem como não rir!
Um amigo que longe me mostra o quanto ele cresceu e o quanto ainda aquele adolescente também inseguro e cheio de certezas. Um brinde á nossa amizade, amigo. Saudades sempre!

segunda-feira, 31 de março de 2014

O mundo dá voltas. Quem nunca ouviu isso, não é mesmo? Pois é, é a pura verdade, tudo o que vai volta. E o pior é quando os erros cometidos lá atrás, talvez por imprudência, ingenuidade, covardia, falta de outras habilidades, em suma, de amadurecimentos, podem retornar para você quando menos espera. Não é fácil. Mas, que bom que o tempo passa e estamos um pouquinho mais preparados ou mais estruturados para lidar com as situações aversivas. Sofrimento, tristeza, decepção, infelizmente isso acontece aos montes, e pior ainda quando vem de pessoas que você confiava e tinha estima e consideração, mas aí, algo acontece e 'bum!', reviravoltas acontecem. A dinâmica muda. Agora torna-se estática. Não é fácil. É mais uma figurinha para coleção. Aliás, para que colecionar dores e mágoas? Elaborar o que aconteceu e acontece é uma coisa, mas viver com aquilo, ou melhor conviver com o que ou com quem te fez mal e, ainda é sentido, é se torturar voluntariamente. Ninguém precisa disso. Não mesmo.
No fim das contas, tem muita gente que não respeita o que você fez, e principalmente quem você é. Isso é conhecimento universal, mas é muito doloroso sentir isso de pessoas que você cultivava respeito e carinho. Dói. Dói muito. As pessoas confundem insensibilidade e egoísmo com a tal da 'autoestima'. "Eu fiz isso porque me respeito, porque eu tenho que me amar primeiro, tenho que fazer por mim". Essas frases acompanhadas de atitudes falsas e mesquinhas, não revelam integridade. O justo não age de forma egoísta, e nem é insensível à dor do outro. É a empatia que falta. Isso me entristece profundamente. 
Mas sabe, a gente aprende a ser forte, a ser resiliente quando amparados por pessoas que te amam, que te entendem, ou se esforçam para isso, que te suportam. E não no sentindo pejorativo, mas que te dão suporte quando precisas. E esses suportes e amparo, vem de diversas formas, amigos, família, músicas, livros, filmes, fé. Cercar-se de um suporte social e ter estratégias de enfrentamento eficazes são de grande ajuda para não se afundar na desesperança e mágoa. Tudo passa. Tenha certeza disso. E penso assim, se sofri, é porque eu sentia algo bom que foi de alguma maneira maculado, ferido, desrespeitado, mas sinceramente, prefiro sentir uma dorzinha do que não sentir nada. Isso sim é que seria a grande miséria. 
Sabe quando a inspiração para escrever aparece? Este é um desses momentos. Acabei de ler o livro "Cartas entre amigos-sobre ganhar e perder". Demorei mais do que o esperado para ler este livro. Praticamente um mês. Isso pra mim é muito tempo. Até pensei que não conseguiria terminá-lo. Mas não por ser ruim, e sim porque em alguns momentos as cartas trocadas traziam relatos de histórias e acontecimentos muito tristes, e ler essas tristezas estava me deixando triste. Mas, hoje, para minha alegria consegui finalizar a leitura, e as últimas cartas trocadas, renovaram e beleza e a esperança que a bela amizade dos dois escritores nos apresenta e presenteia. É assim que deve ser. 

Eu passei um final de semana 'social', como já algum tempo isso não acontecia. Foi muito bom, renovaram em mim aquela vontade de interagir mais, sabe. Algo que tenho deixado de lado já algum tempo. Ando preguiçosa de sair de casa, o tempo também não favorece, muita chuva. Viver uma rotina de livros, cuidado, família e um programa ou outro interessante na TV, filmes, me bastam. Entretanto, renovei em mim que sair de vem em quando ainda vale muito a pena, mesmo que só, e melhor quando em boa companhia. 
A sensação de que não estou 'vivendo', só porque estou mais caseira, não me ocorre, apenas estou vivendo ao meu modo. Não quero pensar que mais adiante possa me arrepender de ter dedicado uns meses para mim, para minhas coisas e prazeres. Acho que de vez em quando, para algumas pessoas, recolher-se faz bem. Colocar pensamentos, sentimentos, projetos, pendências em análise e em resolução. Aos poucos os anseios e decepções vão tomando proporções menores, enquanto projetos e sabedoria vão tomando mais espaço. Não é automático, é preciso pensar o necessário a cada um deles, para não viver em função de uma amargura ou de uma alegria apenas. A vida é muito curta para termos uma meta só. Uma meta de cada vez talvez, mas uma meta só é muita pequenez. Talvez uma meta que atinjam outras, aí pode ser. 

Eu acredito que as coisas podem melhorar. Como percebe-se eu sou esperança. E é assim que gosto de encarar as coisas. Não de forma sonhadora e utópica, sei da realidade, mas a esperança em dias melhores me elevam a alma e acalma meu coração. E isso é muito importante para alguém ansiosa. Estou aprendendo a me despir da ansiedade prejudicial, e ficar com aquela que me move e me faz agir. Assim é melhor.
Não pretendo ser melhor que outros, mas apenas viver o melhor de mim. E nem sempre sabemos o quanto somo capazes disso. Se alguém tem que acreditar nisso, é você mesmo. Eu mesma. E assim, as coisas caminham. Você caminha e faz acontecer. Reclusão é bom, mas caminhar lá fora não faz mal, basta selecionar para receber o que de bom acontece, e semear em outros caminhos.