Em diversas situações não me senti e acho que não me sinto confortável em tentar responder, é porque responder de fato, sempre será uma pergunta em aberto para sempre serem acrescentadas coisas, redefinir outras, talvez retirar alguma coisa. Transformação constante. Essas são as palavras. Talvez por isso, a mesmice não seja tão atraente...E falar disso, me traz tantas coisas na cabeça, como a "sociedade do espetáculo", "egocentrismo", os planos, frustrações. Talvez, responder essa pergunta seja incômoda também quando não se está bem consigo mesmo, quando não se está satisfeito, porque enxergar o que você é, ou pelo menos tem sido, não lhe agrade. Mas, o pior não é isso. O pior é optar em não tentar melhorar, em não tentar fazer algo que lhe deixe mais feliz, mais satisfeito.
Ter visto o programa "Roda viva" e sendo o entrevistado um filósofo de peso, me fez ficar refletindo muito mais...E lembro de um professor de Gestalt que dizia, 'parece que todos tem medo aqui de se polarizar', durante a apresentação da turma para ele conhecer. Todos rimos, é verdade. Ele, enquanto representação de uma corrente da psicologia em que fala de dinamismo, do risco da polarização do 'jeito de ser', certamente foi um dos fatores para praticamente todos, se não me falhe a memória, se apresentarem com suas características positivas e seus 'mas' correspondentes, para não parecerem ser pessoas inflexíveis, prontas e acabadas. Mas, uma coisa que aprendi, e acho legal isso, que o ser humano 'é' em situação. E, penso que seja assim. A situação que nos rodeia e nossa história de vida vai nos direcionar para determinadas ações, e muitas vezes, nos surpreendemos com algumas coisas que falamos ou fazemos. Causa espanto! Quem aqui já não sentiu isso ou ouviu alguém falar isso "não sei onde arranjei coragem", " como pude fazer aquilo" , " nem parecia eu". E o eu é, em situação. E por isso, o professor completava: " Então, nós não somos tal coisa, nós estamos."
Outro dia, ouvi uma conversa entre dois vizinhos, e , o mais velho perguntava ao outro "E então, o que tens feito além de estudar?". Dizer aqui que sensação eu captei pela expressão do interrogado é de pensar que ele se sentiu abalado e até, ultrajado! No fim das contas, eles se afastaram e não acompanhei o desenrolar, mas me fez ficar pensando nas cobranças, em que 'é preciso' que tenhamos sempre uma super novidade, uma coisa legal de se fazer, algo que inspire alegria e me permito arriscar, inveja à quem ouve. Uma eterna obrigação de sermos sempre interessantes!
Fiquei pensando em quantos planos aquele cidadão talvez possa ter e até atividades que mesmo rotineiras, que ele as realiza e lhe dão apreço e satisfação, e sendo acusado de "apenas" estudar! Ora, mas não pude obter informações clandestinas para confirmar minha hipótese, sua expressão foi de total cena de culpado, e perdedor.
Tem certas coisas que a gente fala ou comenta sobre a vida do outro e nunca se sabe que dimensão aquele comentário pode tomar na vida de alguém. É preciso ter cuidado, não é?
Tem certas coisas que a gente fala ou comenta sobre a vida do outro e nunca se sabe que dimensão aquele comentário pode tomar na vida de alguém. É preciso ter cuidado, não é?
O fato é que a gente vai vivendo e se dando conta de quem se é, aos poucos, ou imediatemente, ou, para alguns, esse dia nunca chegue, e continuar vivendo em fantasias e ignorando que outros caminhos o seu 'eu' poderia tomar. Sabemos que existem pessoas assim, que procuram se encontrar em caminhos sem saídas e é lamentável que não queiram e não tenham apoio necessário para tomar outro rumo...
Não tenho pretensão de filosofar aqui baseada em todos os literatos que versam sobre quem é você, ai de mim, apenas devaneando e cumprindo o que esse espaço me fornece. Guardar pensamentos e de certa forma, acalmar minhas atividades pensantes.