Sem poder desfrutar do verão que convidava. Sim, o verão, o clima, o sol, o barulho das ondas, o vento nos cabelos, a música animada, a bola quicada, a rede atada, a areia quente. Sim, o verão convidava, aqueles não. Impossível não lembrar daquele que sempre lhe brotava um sorriso no rosto. Impossível ignorar momentos vividos ali, sem aquela gente. Impossível não projetar.
Mas, houve quem lhe segurasse pela mão e a levasse à caminho das areias, deixando o leito de tristezas contidas, e indo para a vida.
Ele apareceu com o mesmo espírito de quem respeita, de quem brinca, de quem acolhe, de quem convida, de quem escuta, de quem entende. Mas, dessa vez, não era o ébano que despertava muitos olhares de admiração; era o marfim tão belo quanto. Veio lhe resgatar. Não foi um longo caminho, mas foi vivificante. E doloroso. Sim, pela ausência sentida daquele que carregava o bronzeado natural, e pela ignorância enfeitada de óculos escuros que a cercava.
Sim. Foi mais fácil encarar aquela gente durante aqueles dias. Poder desfrutar do verão que convidava. E do marfim. Mas, ainda assim, em seu íntimo, o ébano continuava vivo, sendo visto e sentido.