terça-feira, 13 de outubro de 2009


Doutor,

Eu andava saudosa das tuas visitas e checagens. Enviei pra ti minhas suspeitas e muitos dias se passaram até receber tua avaliação. Foi uma baita surpresa e, tão logo me dispus a te ver e a te ouvir.

Eu fui salva novamente. Sim, mais uma vez, me apareceste no momento certo, onde poucas, porém fortes coisas me abalaram. Volveram lágrimas, mas você me fez sorrir. Sorrir até...receber uma notícia inesperada de ti. Puxa, ao mesmo tempo era uma resposta, e ao mesmo tempo pedia perguntas, me confirmava uma aproximação e me pedia um afastamento.

Por essa Doutor, me superaste!

Ainda bem que vieram acompanhadas, temas e conversas que nos fascinam desde sempre, e a mais pontual das perguntas que demonstrou que estavas ciente da minha mais recente aventura.

Desse jeito não há como não sentir...

Foi muito misto, porém saldo positivo. Estava enganada, das suas doses, não me canso. Adoro.

Encantada

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bicho-papão do mundo de Harry Potter em transformação. Para o mundo bruxo de Rowlling, o bicho-papão se transforma no nosso medo. Para combater um bicho-papão, deve-se pensá-lo em uma situação que ridicularize o medo e dizer a palavra Ridikulus.


Você tem medo de que?


Sentir medo é normal. É da espécie, é um instinto de sobrevivência, que sem dúvida se existe até hoje, é porque teve e tem sua função.


Assim, em situações que nos amedrontam, evitamos, ficamos longe. Natural reação. Mas, existem os medos "irracionais", aqueles, que são aprendidos por alguma situação desagradável em algum momento da vida, ou aprendido com outros, por modelos. Quando a reação é desproporcional e afeta a qualidade de vida da pessoa, isso se torna um problema, daí vem as infinitas fobias...é preciso ser tratado.


Mas não estou pra falar desses medos exagerados. Falo dos medos que nos aparecem, na vida diária (não que os outros não apareçam assim), falo dos medos não patológicos, pelos menos inicialmente. Medo nos faz ficar alerta, é um momento de estresse para o organismo. Medo é uma ameaça, por isso o corpo se prepara para lutar ou fugir. Entretanto, tenho pensado que o que mais nos assusta, é o desconhecido. Quando sabemos o que nos espera determinada situação, quando podemos prever certas coisas, o medo sentido é um, e quando não fazemos idéia das conseqüências das ações que teremos, do que teremos que enfrentar, o medo é outro.

E, dependendo da nossa história de vida, podemos nos aventurar e enfrentar o medo como diria o Simba "rindo da cara do perigo", ou...ficar com pé atrás, não arriscar de jeito nenhum.


Mas por que? Convenhamos, é muito mais cômodo continuar a viver seguro nas estradas já conhecidas. É mais confortável, já saber que dificuldades enfrentará, as pedras do caminho, do que simplesmente, aceitar a proposta nova, onde nem sequer sabe do que é feito caminho.

Buscar informações que possam nos ajudar a tomar uma decisão, é interessante, ir com cautela, devagar (se for possível), também é uma saída.

Tem gente que tem medo de se machucar. De novo. Por isso é tão difícil vencer o medo. Quando a situação que teme aparece, a pessoa revive nas suas lembranças a experiência passada. É doloroso, e é difícil acreditar que pode ser diferente. É uma luta consigo mesmo. Pois, querendo ou não, as pressões surgem de todos os lados. E incompreensão também.

E nessa indecisão, que o medo naturalmente traz, muitas oportunidades se vão. Daí vem as tradicionais "foi melhor assim, eu teria sofrido mais". Vem, as desculpas de todas as formas, "racionalizando", o seu medo.

Covardia?

Sim, talvez seja, mas porque foi assim que aprendeu a ser. E da covardia, muitas vezes vem a frustração, talvez não no momento em que acontece. Mas depois, com mais dias vividos, ela venha a aparecer junto com o remorso. Nossa, se pensarmos a longo prazo, onde fomos parar,(!) em quase uma depressão. É sério esse lance do medo.

O bicho-papão que nós mesmos criamos, às vezes nem é tão grande e poderoso quanto imaginamos, nessa hora a imaginação pode ser muito forte...Vencer o medo ridicularizando a situação, como o é no mundo potteriano, não me parece a melhor opção, até porque se existe um medo, pra pessoa que sente, não é ridículo, é real e ameaçador. Amenizar, de acordo com a realidade é o sensato. E tentar se preparar como for para enfrentá-lo, mesmo que não se saiba o que vem pela frente, é interessante.

Imagina, tal qual Harry no labirinto, sem saber o que enfrentar, mas saber onde se quer chegar, ou o que se quer conseguir. Não é fácil, requer habilidades e, claro, coragem. Ser membro da Grifinória, talvez fosse uma ajuda, ou uma pressão maior...vai saber...

O medo existe, mas também é construído. Vamos então desconstruí-lo até restar algo que possamos dar conta, mesmo com o coração um pouco acelerado? O limite até onde podemos ir, só nós podemos descobrir.




Harry Potter e o sábio Chapéu Seletor sensível às caraminholas da cabeça de muitos alunos hogwartianos
Caraminholas na cabeça?
O que fazer quando as idéias parecem não fazer sentido?
Quando existem confusões mil?

Quando se sente muito e não se sente nada?

Quando se sente seguro e ao mesmo tempo tão incerto?

Ao mesmo tempo vivo e ao mesmo tempo morto?

Quando se está em companhia, mas sente-se sozinho?

E então, quando tudo parece melhorar...como um tapa, as palavras lhe tocam a face, não ríspidas, mas descomprometidas...

Um paradoxo total...

...



Pensar é bom, analisar, refletir...mas o tempo todo, todo o tempo, que atrapalha a dinâmica do dia-a-dia, que tira o sono, enfim...já pode ser um fator negativo, ainda mais se desses pensamentos não sai uma ação concreta. Aí é muito pior.

O que fazer com as caraminholas conseqüentes e frequentes?

Nem sempre teremos um chapéu seletor que nos ajuda a descobrir as respostas para nossos pensamentos...ou uma penseira pra ordenar os pensamentos intensos...

Eu mesma não tenho uma resposta. Depende muito. Mas, que tal deixar de molho e ver o que acontece? Se for pra aceitar um fato que não há como mudar, aceite-o, ou pelo menos aprenda a conviver com ele.

É um esforço diário. Pensamentos nos invadem sem pedir licença. Esteja atento, acolha-os, reflita, ou se não há mais o que pensar sobre, que tal uma saída para algo diferente?

Eu tenho a minha. E você?

Não se permita a uma tortura mental por você mesmo.

Pense nisso, se não for muito incômodo.